A jornada de Sofia não será nada fácil! Ela precisará, primeiro, encontrar seus pais e irmãos, levados a uma terra da qual ninguém jamais retornou. Depois, precisará resgatá-los! Mas antes, passará por uma grande transformação, assumindo uma identidade masculina, com o nome de Dom Barão. A jovem vai enfrentar seus maiores medos e aprender a não se deixar levar pelas aparências. O dragão da maldade e a donzela guerreira oferece inúmeras possibilidades de reflexão aos leitores. No enredo, por exemplo, deparamo-nos com a seca, fenômeno que marca a vida no sertão e obriga Joaquim Maria, pai de Sofia, a prota- gonista, a aceitar trabalho nas terras do coronel Militão, mais ao sul do país. Lá, ele se torna escravizado e não retorna à família no tempo combinado. Se, por um lado, a narrativa mobiliza conteúdos relativos a questões históricas — como a forma de ocupação das terras do Nordeste e o sistema escravista que vigorou por séculos no Brasil —, por outro, traz o frescor contemporâneo do protagonismo das mulheres na figura de Sofia e da anciã, misto defeiticeira e fada madrinha, âncora mágica da heroína. Marco Haurélio é baiano, de Igaporã, onde nasceu em 1974. Quando menino, ao ouvir os contos e os romances que sua avó Luzia contava, começou a manifestar essa vocação poética e tentou escrever seu primeiro cordel. Adulto, tornou-se escritor, cordelista e pesquisador das tradições populares do Brasil e dos contos de fadas. Lucélia Borges, ilustradora da obra, é baiana, de Bom Jesus da Lapa, onde nasceu em 1981. Sua bisavó Maria foi sua mestra e inspirou seu interesse pela cultura popular. Adulta, mudou-se para a cidade de São Paulo e tornou-se produtora cultural, contadora de histórias e xilogravadora. Ilustrou vários folhetos de cordel e livros com a técnica da xilogravura.