Mais de 130 anos já se passaram depois que a “Lei Áurea” foi promulgada e com ela “extinta” a escravidão no Brasil. Mas será que realmente podemos inferir que não existe mais escravidão no Brasil? Ou será que ela se encontra velada por detrás de sentimentos de racismo e pela prática de injúrias raciais que sempre se manifestam em nosso país? Ademais disso, não existiriam outras formas de escravidão que vivenciamos no Brasil Contemporâneo? Com efeito, essas são indagações que nos levam a re?etir sobre a questão do racismo e sua relação com o Direito no Brasil. O racismo, em sua essência, pode ser considerado como qualquer pensamento, gesto ou atitude que separam as raças humanas em face de uns se considerarem superiores aos outros. Ao se abordar sobre o racismo, normalmente o primeiro pensamento que vêm à mente das pessoas aqui no Brasil é contra os negros; porém o racismo é um sentimento de preconceito baseado na suposta diferença de raças das pessoas, e não apenas contra os negros. Destarte, o sentimento de racismo pode ser contra os negros, mulatos, índios, asiáticos, latino-americanos, e até mesmo brancos em face de outras raças. Não obstante, em razão de terem uma história mais sofrida com a prática da escravidão no Brasil por séculos, os negros são a principal referência e, da mesma sorte, as principais vítimas quando é discutido o tema do racismo.