Neste livro, cuidadosamente pensado e organizado pelas psicanalistas Ana Maria Portugal, Gilda Vaz e Maria Auxiliadora Bahia, distintos matizes da noção de diferença são percorridos em textos de dez autores – todos, psicanalistas que transitam com desenvoltura em outras áreas do saber e da criação, como literatura, artes plásticas, cinema, filosofia, história, sociologia e política. São textos que não circunscrevem apenas à modalidade do ensaio, mas entram também no espaço da poesia (em verso e prosa), aos quais se somam alguns fragmentos poéticos de Octavio Paz, Paulo Leminski, Caetano Veloso e Carlos Drummond. (…) Por fim, cabe dizer que se trata de uma obra diferente (aqui, nas acepções de “diversificada” e “incomum”) que, na interface da psicanálise com outros territórios teóricos e criativos, faz toda a diferença no âmbito das reflexões sobre o tema que lhe serve de matéria-prima. Dessa maneira, vem reafirmar o que diz Octavio Paz numa das citações: O que põe o mundo em movimento é a interação das diferenças, suas atrações e repulsões: a vida é pluralidade, a morte é uniformidade. Inscrever a diferença no mesmo permite que o eu seja sempre outro e que a vida esteja sempre em processo de reinvenção. É o que os escritos deste livro evidenciam.