Para Ana Elisa Ribeiro, coordenadora da Biblioteca Madrinha Lua, Arqueologias, de Prisca Agustoni, “é um mapa de viagem, antes, depois, mas principalmente durante o deslocamento” desta poeta, que nasceu na Suíça italiana e escolheu o Brasil como sua morada, há mais de vinte anos. Dialogando com obras de artistas estrangeiros que também elegeram terras brasileiras como lar e tiveram suas produções influenciadas por nossa cultura e ambiência, Prisca nos brinda com atento e sensível olhar para aquilo que nos constitui: o passado entranhado no país do futuro, as paisagens paradoxais da desigualdade, a força das tradições culturais, os frutos maduros e suculentos, a exuberância da natureza que corre riscos. Verônica Stigger, prefaciadora do livro, ressalta o plural da palavra “arqueologias” e a multiplicidade de sentidos presente neste singelo e poderoso gesto poético. Um s a mais talvez convide o leitor e a leitora a também ampliarem o que sabem sobre a arqueologia, abrindo espaço para que coexistam escavação e invenção, investigação e fabulação, esgarçando até mesmo o “limite entre passado, presente e futuro”, desenhando Brasis vistos de fora e de dentro, num mapa de contornos íntimos que só podem ser traçados pelo lápis da poeta em deslocamento.